Introdução: Uma Jornada pela Run de Hellblazer
Antes de tudo, gostaria de elucidar que este texto é o primeiro de uma série sobre cada uma das runs mais duradouras de Hellblazer. Meu objetivo é terminar de ler os trezentos volumes até o fim do ano que vem (2025) e resenhar todos, então me desejem sorte! Por aqui, desejo à vocês uma boa leitura.
Nota do Editor: o texto a seguir (e a série de textos que virão, como um todo) é uma crítica minuciosa aos quadrinhos de Hellblazer. Para os aficionados, servirá como uma espécie de recapitulação da obra. Aos que ainda não tiveram contato e se importam com spoilers, é recomendável a leitura antes de adentrar na crítica abaixo.
Revisitação
Recentemente, resolvi revisitar Hellblazer. Havia lido alguns arcos avulsos na adolescência, visto várias de suas adaptações e participações no universo DC (e, meu Deus, quem teve essa ideia?). Inclusive, amo o personagem Willoughby Kipling, criado por Grant Morrison nas histórias da Patrulha do Destino, que foi inspirado em John por conta de limitações editoriais. Eu, particularmente, preferiria que Kipling se tornasse o "Constantine que interage com os heróis de capa" ao invés de inserir o original nas tramas malucas do universo DC.
Mas nunca havia pego uma run completa do início ao fim. A ideia aqui é ler do jeito certo, ou seja, começar pelo primeiro artista, Jamie Delano, e seus quarenta volumes iniciais. Durante a leitura, decidi que iria discorrer sobre os insights que tive e, como sempre faço, apresentar alguma ideia geral que veio à minha cabeça durante o exercício da escrita.
John Constantine: Um Homem Miserável
Hellblazer é uma história sobre um homem miserável e amargurado. Isso todo mundo já sabe. John é descrito muitas vezes como uma representação do "homem da classe trabalhadora", e eu concordo com isso porque, se tem algo que Constantine vive em suas histórias, é o sofrimento típico de um proletário ferrado. Não só isso, suas tramas também focam em pessoas comuns passando por uma série de perrengues. A primeira aparição do personagem em Monstro do Pântano, bem como sua participação no primeiro arco de Sandman, são exatamente sobre desgraças que acontecem quando esse homem (ou mulher, como na série da Netflix, e eu não poderia amar mais a versão genderbend do personagem) está por perto.
No entanto, uma concepção prévia que eu tinha sobre Hellblazer era a de que John seria um personagem super “cool”, que enganaria e arruinaria a vida de demônios dia sim, dia não, e que, pelo menos na época de sua publicação, representaria perfeitamente o arquétipo do personagem feito sob medida para a fantasia masculina de poder. Talvez essa ideia tenha sido um pouco equivocada, criada pela maneira como a internet vê a criação de Alan Moore ou pela comparação dele com figuras que representam o universo do "macho sigma" (desculpas pelo termo horrível), mas não foi isso que li.
Sim, Constantine também é cool as fuck, mas talvez a "graça" de acompanhar suas histórias esteja justamente em ver a vida de alguém que simplesmente não consegue acertar uma, tentando disfarçar suas inseguranças, defeitos e medos com uma pose de durão. Veremos a seguir se o primeiro arco é exatamente sobre isso.
As primeiras histórias
A primeira história de Hellblazer é, de certa forma, um complemento às suas aparições em Monstro do Pântano. Na trama, temos todos os elementos que representam essencialmente uma boa história de Hellblazer: John interage com uma situação, é forçado a resolvê-la do jeito que pode, pessoas se machucam no processo, e a culpa recai toda sobre ele, somando mais um pedaço de trauma à sua já vasta coleção. Aqui, Gaz, um dos últimos sobreviventes do Incidente de Newcastle (um evento em que John e seus amigos falham em salvar uma garotinha de um demônio) e ex-companheiro de banda do protagonista, libera, em um exorcismo malfeito, um poderoso demônio que pode destruir a humanidade.
Alguns dos elementos que moldam John como ícone midiático nascem aqui, como seu misterioso rival, Papa Midnite — que imagino se tornar um player mais recorrente em Hellblazer nas próximas runs, pois nessa fase ele aparece apenas aqui e, sinceramente, é um dos momentos mais questionáveis da publicação, com uma aura um tanto racista permeando a caracterização do personagem, mas não vou me aprofundar nisso agora — ou o atrapalhado taxista, sempre envolvido nas confusões ocultistas de John, Chas Chandler.
Após investigar e fazer um acordo com Midnite, John descobre o que precisa fazer para conter o demônio, uma ação que envolve, entre outras coisas, prender a criatura das trevas no corpo de alguém poderoso o suficiente para que ambos se destruam. Gaz, logicamente, é o escolhido, e John é forçado a assistir enquanto Mnemoth devora um dos seus últimos amigos vivos.
Talvez essa seja a história mais pesada de Hellblazer e funciona como uma ótima porta de entrada para a publicação. É uma pancada rápida e súbita, mas combina perfeitamente com o personagem que foi apresentado na série do Monstro do Pântano meses antes. A primeira história de Delano retrata um Constantine traumatizado, que literalmente se vê cercado pelos fantasmas de seus amigos e apaga as luzes numa tentativa de fazê-los desaparecer e conseguir uma noite de sono decente.
John ama intensamente e, por consequência, sofre profundamente, por conta da espiral de tragédias que o segue e suga todos ao seu redor. E, novamente, o que poderia soar como algo edgy e forçado nas mãos de um autor menos inspirado (inclusive, estou um pouco receoso com a próxima fase, pois o escritor é o infame Garth Ennis), nas mãos de Delano se torna melancólico.
Se essa primeira história o apresenta como uma figura que tenta manter a pose de inabalável em todas as situações — postura que se reflete nas histórias curtas de uma edição só, que são alguns dos pontos altos da run — também percebemos que Constantine é frágil e constantemente afetado pelas coisas ruins que lhe acontecem, às vezes causadas por seus próprios erros, outras vezes por tentar resolver os erros alheios.
Pequenas runs, grandes perfumes
Falando nessas histórias mais curtas, é nelas que um ponto importante de Hellblazer se desenvolve. Lembra que eu disse que grande parte da visão das pessoas sobre John passa pela ideia de que ele é um proletário ferrado? Assim como outros artistas ingleses que trabalharam na DC na época, Delano não esconde seu posicionamento político, e uma das edições mais icônicas da série é a terceira, que expressa muito bem seu desprezo pela figura de Margaret Thatcher e sua ideologia neoliberal, ao representar sua reeleição como um evento vantajoso para a especulação de almas dos demônios.
John, durante essas pequenas histórias, encontra um veterano do Vietnã traumatizado pela guerra, um grupo de hippies do qual ele faz parte em um arco um pouco mais longo, e até mesmo uma dobradinha escrita magistralmente por Grant Morrison sobre os horrores da energia nuclear e cultos do Apocalipse, com toda a linguagem insana que o meu quadrinista careca favorito tanto adora.
Aliás, já que mencionei Grant Morrison, Jamie Delano cede seu espaço de roteirista algumas vezes para outros desses artistas da Invasão Britânica (período em que vários autores ingleses passaram a escrever para a DC Comics) contarem suas histórias, e, sem dúvida, essas edições estão entre as melhores desse período.
Se Morrison escreveu o excelente incidente de Thursdyke, relatado acima, Dick Foreman, responsável pela já clássica sequência de Orquídea Negra, nos oferece um conto insano sobre... cães de um lixão em Londres. Mas, para mim, a melhor dessas edições é, sem dúvida, o volume 27, escrito por ninguém menos que Neil Gaiman.
Gaiman nos presenteia com uma história trágica (como se as outras não fossem) sobre um grupo de pessoas em situação de rua. Na trama, John se envolve com uma mulher lésbica que, de certa forma, tenta “enganá-lo” para que ele a engravidasse, porque, obviamente, na virada dos anos 80 para os 90, no auge do preconceito e desconfiança institucionalizados contra pessoas LGBTQIA+ na Inglaterra (e no resto do mundo também), não era possível que duas mulheres adotassem uma criança.
O conflito surge quando o mago precisa lidar com o espírito de uma pessoa em situação de rua que, acidentalmente, causou a morte de uma vizinha do casal. No fim, a conclusão dessa crônica sombria é a de que abraços não mandam a escuridão embora, mas nos fazem sentir um pouco melhor. Isso é retratado quando John liberta a alma do pobre sem-teto ao abraçá-lo, algo que a vítima se recusou a fazer. A edição termina com John sendo abraçado pela mulher, e preciso compartilhar uma reflexão rápida que tive durante a leitura dessa fase.
A sexualidade de John Constantine
John Constantine é um dos personagens LGBTQIA+ mais icônicos dos quadrinhos. Embora sua bissexualidade não tenha sido explorada durante a fase de Jamie Delano — algo que eu já imaginava, e estava certo —, a série toca em feridas políticas da época, especialmente em relação à homossexualidade e aos direitos LGBTQIA+ na Grã-Bretanha dos anos 80.
Esse período foi marcado por um contexto sociopolítico turbulento, com o governo de Margaret Thatcher (1979-1990) impondo legislações que afetaram diretamente a população queer. Mesmo que a bissexualidade de Constantine não seja explicitada nessa fase inicial, Delano insere discussões em torno de questões sociais que cercavam a comunidade LGBTQIA+, especialmente no Reino Unido.
A série foi publicada em grande parte durante a epidemia de AIDS, quando a população queer sofria intensamente com o estigma e a discriminação. Além disso, a run de Delano coincidiu com a implementação da Seção 28 — uma legislação que proibia a "promoção" da homossexualidade por autoridades locais e em escolas públicas, dificultando qualquer menção ou discussão pública sobre o tema.
Este foi um dos períodos mais desafiadores para a comunidade queer no Reino Unido. Indivíduos da cultura pop, como o ator Sir Ian McKellen e a dupla musical Pet Shop Boys, se posicionaram abertamente contra a medida, mas talvez uma das manifestações mais impactantes foi a música "No Clause 28", de Boy George, ícone queer desde os anos 80. A canção denunciou a cláusula e chamou a atenção mundial para as restrições governamentais impostas aos direitos LGBTQIA+.
Nos quadrinhos, Jamie Delano não se limitou a incluir críticas políticas em Hellblazer. Ele participou da AARGH (Artists Against Rampant Government Homophobia), uma antologia em quadrinhos organizada pela editora independente Mad Love, fundada por Alan Moore, sua esposa e sua amante, Deborah Delano. A publicação foi um esforço direto contra a homofobia institucionalizada do governo Thatcher.
Delano, portanto, não apenas retrata questões sociais em Hellblazer, mas também demonstrou ser um aliado da causa LGBTQIA+, tanto dentro quanto fora dos quadrinhos.
A sensibilidade de Delano para com esses temas sociais dá uma camada extra à caracterização de John Constantine como um personagem complexo, que não apenas navega pelo ocultismo, mas também pelos dilemas humanos e os preconceitos estruturais da sociedade.
No meio de todo esse caldeirão, temos a figura de Ray Monde, um dos personagens mais "disruptivos" do período, um homem assumidamente gay que vivia uma vida confortável, apesar de enfrentar as contradições inerentes à sua sexualidade na sociedade inglesa.
Ray serve como uma representação extremamente positiva para sua época, embora acabe caindo em certos clichês incômodos da representação mais antiga da nossa comunidade, ao se tornar vítima fatal de um ataque homofóbico durante o sequestro de outra personagem LGBTQIA+, Zed.
Não considero isso exatamente um "defeito" na caracterização, pois este é um caso de "enterre seus queers" porque, mesmo homens gays na cultura pop ocidental ainda estavam em um período quase embrionário de representações, e, obviamente, o preconceito e os crimes de ódio eram — e ainda são — parte inerente da vivência LGBTQIA+, que muitos de nós já enfrentamos ou enfrentaremos por conta de nossas identidades de gênero ou orientação sexual. Além disso, é muito interessante ver que, acima de tudo, os personagens LGBTQIA+ que participam da história não são estereotipados nem seguem as tendências da época, mesmo sendo escritos por uma pessoa, teoricamente, hétero e cisgênero.
Falando em Zed e no assassinato de Ray Monde, a partir do quarto volume, Hellblazer entra em seu primeiro longo arco, com o demônio Nergal como o primeiro grande antagonista da série. Nessa fase, temos a introdução da família de John e da excelente personagem Gemma, sobrinha do ocultista, que nutre um fascínio pelo tio, contrariando a mãe da menina, Cheryl, que quer manter o irmão longe da filha.
Também somos apresentados à Cruzada da Ressurreição (o culto maluco responsável pelo assassinato de Ray Monde), ao Exército da Danação e a vários eventos icônicos da trajetória de John. É nesse ponto que, por exemplo, Ritchie Simpson, o último sobrevivente do Incidente de Newcastle além de John, morre devido a um erro do próprio Constantine, desesperado para salvar Zed, que seria usada como receptáculo pelo pai — líder da Cruzada da Ressurreição — para gerar o novo Messias.
É nesse momento também que John vive alguns de seus momentos mais malucos, como receber uma transfusão de sangue demoníaco do próprio Nergal ou trocar de corpo com o Monstro do Pântano para ir ao encontro de sua amada, enquanto o campeão do Verde usa o corpo de John para gerar uma filha com sua esposa Abby (quem leu Monstro do Pântano sabe onde isso vai dar).
É aqui que temos o flashback que explica o que aconteceu em Newcastle, e devo dizer que é um dos quadrinhos mais tristes que já li. Todas as adaptações do personagem falharam em demonstrar o quão horrível foi esse evento e suas consequências para a vida do mago. A conclusão desse arco é bizarra, envolvendo John, de certa forma, profanando o corpo de Zed com suas "células demoníacas", agora que possui sangue de demônio, frustrando os planos da Cruzada da Ressurreição.
E quanto a Nergal? Ah, bem simples. Constantine o prende em um ciberespaço e joga a consciência de Ritchie dentro do corpo de demônio dele. E está resolvido, certo? ...
Homem de Família: Cruzando uma linha irreversível
Em um macabro encerramento do volume 11, John comete o primeiro de seus erros grosseiros, causando a morte da menina Astra Logue, o evento que se tornou conhecido como o Incidente de Newcastle.
Após uma breve história na edição seguinte à vitória sobre Nergal, Constantine passa por uma situação que me lembrou muito o filme Old, do M. Night Shyamalan, onde o personagem fica preso numa praia e envelhece rapidamente. Em seguida, acompanhamos o arco em que John deixa Londres e vai viver com um grupo de hippies após ser acusado por um crime que não cometeu.
De todos os grandes arcos de Hellblazer, esse é o que menos me impactou. É interessante porque a conclusão envolve um ritual sexual maluco com Zed, John e sua nova namorada, Marj, e a ameaça consiste em uma criatura eldritchiana bizarra, trazendo aquele gostinho de horror cósmico que eu tanto gosto. É também aqui que John conhece Mercury, a filha psíquica de Marj, que reaparece como uma coadjuvante recorrente na série. Apesar de ser uma fase ótima, o ponto alto da run de Delano ainda estava por vir.
Após uma pequena aventura metalinguística envolvendo um amigo de John, que entra e sai da trama na mesma edição, nosso protagonista errante se vê responsável por lidar com as pendências que esse colega deixou. Em uma dessas situações, Constantine entrega um envelope para um homem que visita a mansão que ele administrava no momento. Esse homem, Samuel Morris, era o assassino em série conhecido como Homem de Família, e o envelope continha dados sobre sua próxima vítima, coletados e fornecidos pelo amigo de John.
Sem saber, ele acabou de entregar informações cruciais para o serial killer. A partir daí, ocorre uma breve pausa, onde as edições de Gaiman e Morrison se encaixam, até que chegamos ao auge de Delano como roteirista.
John Constantine e o Homem de Família entram em um jogo de gato e rato, tentando neutralizar um ao outro, uma caçada que culmina no assassinato do pai de John pelas mãos do serial killer, além do aparente fim da amizade de Constantine com Chas (que eu, aliás, esperava que fosse um coadjuvante mais recorrente), depois que o Homem de Família espanca brutalmente o pobre Chas como um recado para John.
Sem dúvida, o clímax dessa história me deixou de boca aberta. John e Morris se enfrentam em um confronto final, e embora Constantine estivesse determinado a matar seu inimigo, ele hesita, mas acaba tirando uma vida pela primeira vez. O que se segue é um monólogo de John, refletindo sobre a natureza do assassinato e o que significava para ele ter cometido esse ato, sentindo que cruzou uma linha da qual não poderia mais voltar.
Após isso, há um tocante epílogo que explora melhor a relação de John com seu pai (espelhando a origem de Morris, que também matou seus pais na infância), trazendo de volta Gemma quando o espírito de Thomas Constantine aparece para sua neta em busca de uma maneira de passar para o próximo plano de existência.
A edição termina de forma comovente, comigo chorando copiosamente, enquanto John liberta a alma de seu pai ao desfazer um ritual que ele havia realizado durante sua adolescência, no qual vinculou a saúde de seu pai à putrefação de um gato sacrificado.
Essa fase de Hellblazer mostra a profundidade da tragédia que envolve Constantine, solidificando o tema central de culpa, responsabilidade e o fardo emocional que ele carrega ao longo de sua jornada.
a história de um herói longe de ser invencível
O arco do Homem de Família ensina muito bem o que é a grande essência de Hellblazer. Depois da introdução desse vilão, a maior parte das histórias nem envolve magia de fato, mas sim as aflições do protagonista.
O último quarto da história é quase inteiramente focado nessa crise de John, que busca por Marj para, de certa forma, confessar seus pecados e conversar com alguém que possa oferecer apoio emocional neste momento em que ele tanto precisa (e transar, porque estamos falando de John Constantine). John está em constante dor, tentando processar a perda do pai, dos amigos, o fato de que não consegue viver uma vida feliz, carregando traumas e cicatrizes que nunca irão se curar.
A última história dessa run guia Constantine por uma jornada de autodescobrimento ao confrontar o "menino de ouro", seu irmão gêmeo morto ainda no útero. De maneira metafórica, numa viagem que eu, honestamente, não entendi muito bem, John parece, de certa forma, encontrar uma resposta para suas dúvidas, anseios, medos e traumas. Essa edição marca o fim da contribuição de Delano para o personagem, encerrando, de fato, uma evolução do próprio John.
O que posso concluir sobre tudo que li é que, embora Constantine hoje seja visto como essa figura "cool" e durona, que enfrenta demônios ainda piores do que ele com um sorriso no rosto, sua primeira grande fase não é exatamente isso. O que eu vi foi um homem que olha para as adversidades do mundo enquanto fuma um cigarro e coloca essa faceta de inabalável como uma forma de não enlouquecer com tanto trauma.
A história de Constantine não é a de um herói invencível. Ele é um homem quebrado, constantemente atormentado por suas falhas, seus pecados e os demônios — tanto internos quanto externos — que o perseguem. Assim como Guts de Berserk, John é um sobrevivente em um mundo que constantemente lhe oferece dor. Ambos os personagens, mesmo diante de adversidades insuportáveis, continuam a lutar, a resistir e a seguir em frente, ainda que marcados por cicatrizes físicas e emocionais.
Realmente, não é isso que define um homem da classe trabalhadora?
Texto editado e revisado por Gabriel Morais de Oliveira (@GabrielHyliano).
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