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Call of Duty: Black Ops 6 - Quando CoD deixa de ser apenas um CoD? — Análise

Atualizado: 24 de mar.

Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision
Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision

A primeira lembrança que tenho em um Call of Duty é com Black Ops 2, por volta de 2013. Um X1 apenas com snipers em Nuketown em que eu, com 12 ou 13 anos e no auge da minha inabilidade em jogos de tiro, perdi para os amigos do meu irmão, que são 4 anos mais velhos que eu. Ao longo da minha história com jogos passei por várias outras experiências na franquia, como em Modern Warfare 2, lançado em 2009, que só tive contato por volta de 2014, quando ia até a casa de um antigo amigo, Gabriel, para jogar este e vários outros jogos.


Entre idas e vindas, me reencontrei no reboot de Modern Warfare, lançado em 2019. Ele é considerado por muitos críticos e criadores de conteúdo como um renascimento da franquia e, particularmente, o meu favorito, muito por causa do modo Warzone, que trazia um battle royale intenso e que, mesmo com seus problemas, fez imenso sucesso durante a pandemia do vírus Covid-19. Black Ops 6 entra na franquia com um objetivo: surfar na nostalgia de jogos anteriores, trazer mistérios intrigantes, atualizar a gameplay com melhor movimentação e fluidez e mostrar que um Call of Duty ainda pode trazer uma experiência memorável. Porém, o jogo falha neste último aspecto.


Fora a polêmica de ser o primeiro jogo da franquia a admitir uso de Inteligência Artificial para dublagem, produção de cartões de visita, emblemas e telas de carregamento, não vejo um motivo para pensar no jogo no futuro com sentimento de saudades, seja de forma positiva ou negativa. O jogo não é ruim, é tecnicamente bem feito, divertido, a história envolve mas não marca, apresenta elementos interessantes que são mal aproveitados, traz boas surpresas que não são exploradas a fundo e dá diferentes ferramentas e modos de se cumprir seus objetivos.


Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision
Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision

Apesar dos pontos positivos, o jogo falha em spawns malfeitos, que no modo história te fazem perder minutos de avanço e no multiplayer te colocam cara a cara com uma ameaça, sem tempo de reação. Falando em multiplayer, o sistema anti-cheat não consegue identificar hackers e cheaters, tornando as partidas desgastantes, fora a o sistema de monetização, com um itens que beiram o valor do próprio jogo. Além disso, também contam com uma série de mapas extremamente pequenos, que forçam os jogadores a uma experiência frenética de gameplay e deixando de lado o que os jogadores casuais buscam na maioria das vezes: partidas mais cadenciadas e menos estressantes.


O modo zombies é apresentado como uma volta aos clássicos da franquia com duas novidades bem vindas. A primeira é o modo direcionado, criado para auxiliar jogadores novatos e casuais, que diminui a dificuldade e facilita a progressão dentro do jogo ao mostrar cada objetivo, que no modo padrão são ocultados e requerem uma exploração intensa. A outra atualização são os aumentadores, mecânica que “melhora suas melhorias”, que adiciona seis opções de características extras para seus modificadores de munição, melhorias de campo e vantagens-cola. Apesar de divertido, jogadores comumente enfrentam problemas de estabilidade e conexão que ocorrem principalmente no modo zombies em hordas altas, a partir de 30, mas as falhas se estendem à outros modos, como multiplayer e Warzone.


Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision
Call of Duty: Black Ops 6 | Reprodução: Activision

Aproveitando o quesito conectividade, é inadmissível que um jogo com um modo de solo obrigue o jogador a estar conectado à rede durante a jogatina. Particularmente, parte considerável da minha experiência com games foi em modos single player ou multiplayer local, sem me conectar online (na franquia, sempre gostei de entrar em uma partida apenas contra Bots para treinar e testar novas armas). A obrigatoriedade de uma conexão à rede pode pegar um jogador casual desprevenido ao, por exemplo, levar o console para jogar em um local com internet ruim ou inexistente.

Black Ops 6 ocupa um lugar muito próximo de World War II (2017) e Modern Warfare II (2022) na franquia, um jogo que diverte, mas não marca, não deixa uma vontade de jogar novamente e que, provavelmente, você não vai sequer lembrar qual do que ocorre nas partes que mais se divertiu.


E em resposta à pergunta no título:

Não sei, mas Call of Duty: Black Ops 6 não ajuda a responder.


Texto editado e revisado por Maya Souza (@ShinMayanese).


Agradecemos gentilmente à Activision Blizzard pelo envio de chave para análise de Call of Duty: Black Ops 6.



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