
Quando falamos de Videogames como um mercado, colocamos um pouco de lado a nossa análise artística dos jogos e o vemos como um produto com valor de compra e venda no setor de entretenimento.
Apesar de parecer um tema cansativo e extremamente técnico, quando falamos sobre o mercado de games ofertados no Brasil, temos a feliz surpresa de podermos pensar em artistas que dedicam o seu tempo e criatividade em produzir algo único para o universo dos jogos.
O mercado de videogames no Brasil está em plena expansão, oferecendo diversas oportunidades para profissionais de diferentes áreas de atuação. Para a criação de um jogo, as demandas necessárias abrangem, além da programação, habilidades em arte, escrita e, em alguns casos, até atuação, permitindo a entrada de pessoas de variados cursos e formações em um mercado bastante diverso.
De acordo com um mapeamento da Abragames (Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Games), o Brasil conta atualmente com 1.042 estúdios de desenvolvimento de jogos ativos. Esse número destaca a relevância do setor no cenário nacional. O país se posiciona entre os cinco maiores do mundo em número de jogadores e entre os dez principais em receitas de jogos, segundo um levantamento da consultoria Newzoo.

Com o crescimento do setor, a oferta de cursos e formação na área de jogos também se diversifica bastante. Eventos como a Brasil Game Show, um dos maiores da América Latina, destacam essa evolução ao apresentar uma variedade de jogos independentes e iniciativas de instituições educacionais, como o Senac de São Paulo, que possui cursos voltados à área de jogos e iniciativas que colocam os alunos em destaque. A feira é um reflexo das novas possibilidades que o mercado de games proporciona para os profissionais brasileiros.
“O Senac conta com um itinerário formativo na área de games completo, com cursos livres, aperfeiçoamento, formação inicial, curso técnico, graduação e pós-graduação. E o que o Senac São Paulo faz todo ano na BGS? Os alunos que se destacam durante o ano com os seus jogos passam por uma seleção junto com o time de professores, e os melhores projetos são convidados a expor na área indie da Brasil Game Show”, comenta Rodrigo Galhardo, Coordenador da Área de Games do Senac São Paulo.
A Expectativa dos estudantes

O estande de apresentação dos jogos contou com aproximadamente 11 games desenvolvidos por alunos, juntamente com os professores. Os alunos presentes colocaram seus jogos para teste do público. Weslley Bernardo da Silva, estudante do curso de tecnólogo em jogos digitais, comentou um pouco sobre como é participar de um grande evento apresentando dois de seus projetos feitos em sala de aula.
“É incrível. Participar da BGS é uma oportunidade única. A gente não acreditava, não botamos fé que a gente iria participar, e ainda trazer dois projetos no qual a gente trabalhou esse ano”, comentou Wesley, empolgado.
As expectativas para o time de desenvolvedores do Wesley não são pequenas, já que um dos jogos desenvolvidos chamado Cocoricon, um jogo criado em 5 dias em que o objetivo do game é no formato de coleta onde você controla uma galinha que vai atrás do seu “milho revólver”. não era novato em apresentações.
“A perspectiva é alta, até porque o próprio Cocoricon a gente levou para a PerifaCon também, a gente trouxe para a BGS. Temos a pretensão de inscrever ele para o Festival Jogatório e para a Gamescom”, explicou o estudante.
Outra estudante, a Sthefany Assunção da Cruz, estudante do curso bacharel de jogos digitais, também comentou sobre sua experiência dentro do evento apresentando seu jogo pela primeira vez. O jogo apresentado pela estudante se chama Rapto Chase, um jogo hitkill de plataforma com 5 fases, onde o objetivo é recuperar uma cesta de cenouras que alguns coelhos roubaram da plantação da protagonista do jogo.
“Está sendo incrível, eu antes estava mais anestesiada. Eu estava meio que ‘Ah, sei lá, nossa, o jogo na BGS, caramba, legal’, mas eu não estava aqui ainda. Eu não estava com aquele sentimento de ‘Caramba, eu estou na BGS’, ainda mais no início, quando a gente estava fazendo o projeto”, expressou a estudante. “Até chegar, até pisar aqui, eu estava meio eu não acreditava muito, mas agora que eu vi minha credencial, eu entrei pela parte de expositor, tudo, estou achando tudo incrível, é uma experiência ótima assim. Só o Senac está podendo me proporcionar isso, porque se fosse eu fazendo um jogo aleatoriamente e tentasse me inscrever para BGS, eu duvido muito que eu conseguiria. Então, é uma grande oportunidade que eu estou tendo aqui. Estou achando incrível”.
A parceria permanece

O Coordenador Rodrigo Galhardo também comentou sobre a importância da Brasil Game Show para os alunos, sendo parte da grade dos cursos de jogos, revelando também a intenção da instituição em promover ainda mais os seus alunos.“A BGS é um evento consolidado na nossa grade, já é uma oportunidade conhecida pelos alunos, mas que todo ano a instituição vai ampliando, aumentando a capacidade e o estande na área indie”, relatou Rodrigo.
Além de ser uma oportunidade de os jogadores conhecerem os jogos produzidos por estudantes, a apresentação também proporciona oportunidades únicas para as empresas conhecerem os novos desenvolvedores no mercado. “Na edição do ano passado, a gente saiu com um aluno contratado por um estúdio. O Produtor veio, jogou, não se identificou. Quando ele conversou com a gente comentou que adorou o jogo e convidou o aluno para fazer a entrevista com o seu time. A nossa expectativa é divulgar o trabalho dos alunos e posicionar a marca como referência na área de games”, finaliza o coordenador.
Texto revisado por Gabriel Morais de Oliveira.
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