Starfield e as Mentiras da Bethesda — Artigo
- Vinícius Denadai

- 6 de abr. de 2022
- 3 min de leitura
Atualizado: 1 de out. de 2023
Quando anunciaram Starfield, lá em 2018, a Bethesda frisou que, após 25 anos, eles estavam trabalhando em uma nova IP (propriedade intelectual) e expandiriam o conceito de RPG da empresa, o que é algo muito animador... se não fosse a Bethesda falando.
Não me leve a mal, mas, como um fã de Fallout eu acho que tenho motivos de sobra para desconfiar de qualquer coisa que a Bethesda produza e, principalmente, qualquer cosa que o Todd Howard fala.
Diretor de sucessos como Skyrim, Fallout 3,4 e de fracassos como Fallout 76 (cara de nojo), Todd se tornou uma peça importante da Bethesda, atuando também como principal comunicador das inovações e novidades em seus jogos. Porém não só de belezas vive o mundo, e Howard também ficou conhecido pelas mentiras e seus discursos hiperbólicos em suas apresentações, segue alguns exemplos e um videozinho pra você assistir depois [ Todd and the sweet little lies - YouTube]

Algumas das promessas:
- Fallout 3 tem 200 finais:
Em uma entrevista ao site Shacknews, lá em 2008, Howard afirmou que existiam 200 finais diferentes em Fallout 3 e bom...a afirmação é verdadeira se você multiplicar os finais por 100, mas tenho certeza que o Howard apenas errou na calculadora.
- Fallout 4 apresenta mais de 111 mil linhas de diálogos:
Nas apresentações e no próprio Twitter da Bethesda, foi dito que Fallout 4 teria 111 mil linhas de diálogos, certamente metade delas são do Preston Garvey implorando para você salvar outro assentamento.

- A edição de colecionador de Fallout 76 e sua bolsa de plástico barato:
Imagine você comprar uma edição de colecionador de Fallout 76, o que já é loucura e ainda vir com uma bolsa de canvas e na propaganda ela era de nylon.
- Qualquer cidade ou vila em Skyrim pode ser dizimada se o jogador escolher matar a todos:
Em entrevista ao Norwegian Magazine Game, Todd afirmou que, se o jogador quisesse, poderia dizimar uma vila inteira, não sobrando ninguém. Nem tente, nos jogos da Bethesda é IMPOSSIVEL matar a todos, infelizmente não é um GTA da vida.
- Skyrim tem quests infinitas;

Essa afirmação é o que mais me deixa puto: fazer a mesma missão de novo e de novo e de novo, realmente é infinita, até você ficar ensandecido e começar a escutar o Baby do Familia Dinossauro falando “De novo, de novo”.
- A Inteligência Artificial em seus jogos não apresenta script, tornando o comportamento dos NPC´s aleatório e realista:
Pra resumir o comportamento de 90% dos NPC´s: Levanta da cama, sai da casa, anda pela vila, deita da cama e repita isso durante todos os dias.

Já deu pra perceber como ele adora aumentar seu trabalho, criando um hype absurdo em seus jogos, mas o que mais me preocupa é o tratamento da própria Bethesda com os elementos RPG em seus jogos, e usarei como exemplo a saga Fallout. Os fãs sempre reclamaram de como o estúdio apaziguou a liberdade que outros jogos da franquia possibilitavam, deixando o jogo mais atraente para o publico em geral, ao custo de Fallout 3 ter apenas 2 finais, Fallout 4 com apenas 4 opções de diálogo, até chegarem ao fundo do poço com Fallout 76.


E não podemos deixar de falar sobre os bugs e a engine antiquada usada pelo estúdio, afinal, parece que jogamos o mesmo tipo de jogo desde Morrowind, com animações faciais e de movimento ridículas, assim como o comportamento da IA tornando cenas que eram pra ser emocionantes em engraçadas e companions que simplesmente não deixam você atravessar uma porta (eu te odeio Fawkes).
Com todo esse histórico e o balde de água fria que recebi com Fallout 4 e 76, eu não colocaria tanto hype por Starfield, até porque não temos uma gameplay ou imagem in-game confirmada, algo estranho para um jogo da Bethesda, principalmente com a data de lançamento se aproximando. No final meu maior medo é que o RPG em Starfield seja negligenciado mais uma vez e que essa engine pré-histórica da Bethesda torne o jogo apenas um mod de Morrowind.
Editado por Breno Mancini


