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Brasil Game Show 2025: Entrevista com a professora Beatriz Blanco!

Estande do SENAC na BGS 2024
Estande do SENAC na BGS 2024

Na Brasil Game Show de 2025, estivemos no painel do SENAC, que expõe alguns dos jogos realizados pelos estudantes do curso de tecnologia em jogos digitais. Lá, pudemos testar algumas das realizações desses graduandos e conversar com Beatriz Blanco, professora e pesquisadora e um grande nome no fomento cultural da nossa mídia na cidade de São Paulo. Confira:


COMO ESTÁ SENDO TRAZER OS SEUS ALUNOS PARA MOSTRAR O JOGO DELES NUM PALCO TÃO GRANDE QUANTO A BGS?

Tudo certo! Tem sido muito legal, é uma experiência que já temos todos os anos, ela já é parte do processo pedagógico do curso, eles têm a BGS no calendário e fazem jogos já pensando na BGS. O que é mais interessante é o fato de eles conseguirem ter o feedback do público, ter o feedback também da comunidade de desenvolvedores, integrarem com outros desenvolvedores, terem essa experiência de estar numa feira que, muitas vezes, é caro pra quem tá começando a carreira, é bem difícil, então está sendo uma experiência gratificante nesse sentido.


EU GOSTEI MUITO DE COMO COLOCARAM UMA TELONA PRA VER A GALERA DO SENAC DE LONGE. EU QUERIA SABER UM POUCO TAMBÉM SOBRE COMO É TRABALHAR COM PESQUISA DENTRO DE JOGOS? TEM SUBSÍDIO? COMO É O PROCESSO CIENTÍFICO?

Acho que, para fazer pesquisa, ter subsídio, ter uma tranquilidade, o melhor caminho é estar como eu estou. Eu sou uma professora vinculada a uma universidade em período integral, e acho que é um dos melhores caminhos para fazer pesquisa. Eu não pesquiso exclusivamente games, sou muito mais uma pesquisadora de plataformas e comunicação do que games, cultura de fãs, meu tema é mais amplo. Os jogos são um recorte dentro disso.


Isso me ajuda a ter uma certa diversidade de financiamentos. Já consegui financiamentos nacionais e estrangeiros para pesquisar independente da minha posição acadêmica como professora, mas em geral tenho tido mais facilidade em conseguir financiamento em pesquisas de comunicação do que em pesquisas de games, especificamente.


Não que não tenha, mas se for dar um conselho para quem quer entrar na área, games ainda são um recorte pequeno dentro de áreas mais amplas de pesquisa que são mais consolidadas para agências financiadoras, agências de fomento, para editais, então é legal entender games num contexto midiático maior. Isso te dá mais possibilidades para fazer sua pesquisa circular de outras formas, mas acho que a melhor forma para ser pesquisador no Brasil e no mundo é tendo ensino associado à pesquisa porque o cargo de professor te dá uma certa tranquilidade para exercer sua carreira.


COMO FOI A ESCOLHA DOS JOGOS QUE IAM VIR PRA CÁ?

Desenvolvemos jogos todo semestre como projeto. Eles têm um conjunto de disciplinas e dentro desse conjunto fazem um projeto semestral, então já sabem que os jogos que têm melhor qualidade tanto técnica quanto artística e de gestão de projetos os professores selecionam para vir para cá. Fazemos uma seletiva desses projetos semestrais de várias turmas para representar amplamente o curso, mas são os projetos que se destacam academicamente.


Além disso, temos duas game jams anuais. Todo fim de semestre a gente faz uma game jam, está até no calendário do curso. É um momento festivo, mas também um momento de produção e de treino. A game jam mistura alunos de turmas diferentes, iniciantes, alunos se formando, para que eles possam trabalhar com perfis diferentes também, e os vencedores das game jams a gente trás para a BGS também. Eles entram na game jam já sabendo e isso é um incentivo para que façam videogames melhores e para que entendam que, mesmo no primeiro semestre, conseguem fazer jogos que avançam. Um dos jogos que a gente trouxe hoje tem alunos do primeiro semestre na equipe. O aluno do quarto semestre pode trabalhar com o segundo semestre, é uma atividade de integração que tem resultado em bons jogos que a gente trás aqui.



Entrevista realizada e redigida por Max Fernandes e editado por Maya Souza.



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