Brasil Game Show 2025: Entrevista com Joeveno, desenvolvedor de Aviãozinho do Tráfico 3!
- Guilherme Alvarince
- há 4 horas
- 4 min de leitura

Circular pela Brasil Game Show é, sem dúvidas, uma excelente chance de conhecer e experienciar jogos incríveis e de todos os tipos. Um dos destaques da área indie com um grande fluxo de pessoas foi o Aviãozinho do Tráfico 3: Abri um Portal Pro Inferno na Favela Tentando Reviver o Mit Aia e Preciso Fechar, um boomer shooter desenvolvido na mesma engine de Quake, mas fortemente baseado na cultura brasileira, sobretudo do Rio de Janeiro.
Além de ser um jogo que prende a atenção, Aviãozinho do Tráfico 3 diverte pelas infinitas referências nacionais, como o grande time de futebol Flaflamenco, o aviãozinho de dinheiro elétrico, o refrigerante Golly, entre várias outras.
Outro ponto positivo do jogo é a facilidade em jogar em qualquer máquina. O desenvolvedor do jogo, Jeoveno, fez questão de levar um laptop antigo e de baixíssima performance para o evento, com o jogo funcionando perfeitamente. Foi feito, inclusive, um port para o R36s, um portátil chinês com apenas 1 GB de RAM, que será sorteado ao final do evento.
Confira a entrevista com Jeoveno, idealizador e responsável pelo desenvolvimento do jogo:
"aviãozinho do tráfico 3: abri um portal pro inferno na favela tentando reviver o mit aia e preciso fechar", Por que? de onde veio essa ideia?
Bom, eu cheguei três horas da manhã pra minha mulher e falei “amor, vou criar um jogo chamado Aviãozinho do Tráfico 3: Abri um Portal Pro Inferno na Favela Tentando Reviver o Mit Aia e Preciso Fechar” e eu comecei a criar. Eu tava jogando muito Quake dias antes, e pensei “pô, Quake é um jogo muito fácil de modificar e criar jogos nele”, daí eu comecei a mexer nele, criei o primeiro mapa do jogo, e fui começando a fazer. Depois eu postei no Twitter/X, “olha, galera, eu criei essa porra aqui” e do nada bombou, peguei 1 milhão na plataforma.
Eu nem ia lançar como um jogo comercial, mas ficaram me enchendo o saco e pediram pra eu fazer uma vaquinha. No mesmo dia eu estava com o dinheiro da Steam Direct, o criador do Ultrakill jogou e estourou o jogo.
O nome do jogo é um pouco diferente, digamos assim. como é essa resistência que você está enfrentando com relação ao nome? no seu estande aqui o nome não veio completo...
Nota: No estande e no merchandising disponível na feira, Joeveno trocou o nome para “Aviãozinho 3: Abri um Portal Pro Inferno na Favela Tentando Reviver o Mit Aia e Preciso Fechar” buscando evitar conflitos com alusão ao tráfico de drogas.
É uma coisa que eu já esperava. O nome do jogo é muito tabu, é meio pesado mesmo. Eu acho compreensível, no caso daqui é uma questão meio jurídica do evento. Nem sou eu que ia me ferrar, os caras do evento é que iam acabar se ferrando, então eu entendo totalmente essa situação, mas claro, a questão do nome tem gente que estranha, acha que o jogo vai ser ruim por causa do nome ou coisa do tipo. Eu tô acostumado, pelo menos o pessoal tá jogando, e quando o pessoal joga, a galera se diverte, porque eu fiz questão de que fosse um jogo divertido de jogar.

Além do "mit aia", quais foram as suas inspirações para fazer o jogo?
Nota: "Mit Aia" se trata de um anagrama para Tim Maia.
Acho que a maior inspiração são os mods brasileiros, de longe, tipo Grand Theft Auto: Rio de Janeiro. Counter Strike Rio é a inspiração master visualmente. Cruelty Squad, Ultrakill e muitos boomer shooters como Doom, Quake, Duke Nukem. O personagem principal é inspirado no Duke Nukem, usa óculos por ele. É essa mistura, essa mistureba de várias ideias, várias inspirações e várias vivências que eu tenho com os games tanto no meu país quanto no que vem de fora.
em relação ao público, como é essa ajuda que as pessoas tem te dado pra fazer o aviãozinho chegar onde ele chegou e alcançar outros níveis de sucesso?
Sem o público, esse jogo não ia dar certo, porque desde o início esse projeto se tornou algo muito maior por causa da ajuda do pessoal, e vai muito além da divulgação porque eu lembro que, no começo do projeto, eu estava postando as fases no Twitter/X . O pessoal dava ideias e eu pegava sugestões da galera, entendeu?
A comunidade é essencial em todos os aspectos, de cima abaixo no funil do jogo. Eu sou extremamente grato, se não fosse o pessoal eu não ia estar onde eu estou. Quando eu estava fazendo esse jogo eu estava na merda, muita dificuldade com dinheiro. Hoje eu tenho uma vida mais estável, e se não fosse a comunidade divulgar e ter todo esse amor pelo meu projeto, eu nem sei onde eu ia estar na minha vida agora porque eu tava num momento muito complicado quando comecei a desenvolver esse jogo.
COM SUA EXPERIÊNCIA EM ABRIR UM PORTAL PARA O INFERNO PARA REVIVER O MIT AIA, VOCÊ TAMBÉM ABRIRIA UM PARA REVIVER O SAUL REIXAS?
Talvez o Saul Reixas, com certeza, gosto muito das músicas dele. Aquela “20.000 anos atrás” é muito boa, cara. Eu reviveria. Também reviveria o Romário Americano, entendeu?
e O CELBHIOR? EU TRARIA O BATOSAGE!
Talvez, eu gosto muito dos sons dele do Celbhior também. Batosage é uma boa também!
Entrevista realizada e redigida por Guilherme Alvarince e Max Fernandes, editado por Maya Souza.
Você também pode gostar de: "Brasil Game Show 2025: Entrevista com André "Sid" Osna, desenvolvedor do pandemicpunk Crow's Requiem!", por Max Fernandes
Já pensou em fazer parte do no nosso grupo do Discord? Lá temos vários eventos, materiais de estudo e uma comunidade incrível esperando por você. É só clicar aqui!
Siga o Game Design Hub nas redes sociais!