Conheça RitMania! Conversamos com Igor Carneiro na gamescom latam! — Entrevista
- Redação
- há 5 dias
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A musicalidade sempre teve um papel marcante nos videogames, desde a era dos chiptunes nos anos 1980. Com o tempo, esse aspecto passou a ser explorado de forma ainda mais profunda em títulos que o colocaram como o centro da experiência. Parappa The Rapper, Guitar Hero, Dance Dance Revolution e muitos outros se consolidaram como exemplos do que mais tarde viríamos a chamar de jogos de ritmo — um gênero que conquistou jogadores ao redor do mundo, inclusive no Brasil.
É fato que como a esmagadora maioria dos jogos disponíveis vinha do exterior, por muito tempo nos acostumamos a vivenciar essas experiências imersos em culturas alheias à nossa. É claro que nada disso nos impediu de aproveitar esses jogos, mas não dá pra negar que teria sido ótimo viver experiências semelhantes explorando mais da nossa própria cultura, né?
RitMania, próximo título da Garoa Studios — que esteve disponível para testes na última edição da gamescom latam —, parece justamente surgir dessa lacuna. O jogo promete ser um prato cheio, especialmente para os fãs brasileiros da clássica franquia Rhythm Heaven, agora com uma roupagem tipicamente nacional, tanto em suas musicas, quanto em seus mini games.
Durante o evento, pudemos conversar um pouco com Igor Carneiro, um dos desenvolvedores da Garoa Studios.
GDH: É notável que RitMania exala uma cultura muito nossa, e ele também tem uma forte inspiração em Rhythm Heaven, então temos certa noção de que ele pode não só chamar muito a atenção do publico nacional, como também internacional. Você diria que RitMania pode servir de motivador para que estas pessoas procurem saber e ouvir mais a musica brasileira?
Igor Carneiro: Com certeza. Já estamos percebendo isso acontecer em nosso material de marketing, a gente está tendo bastante engajamento de contas americanas e falantes de inglês, e em nossas métricas de wishlist que conseguimos visualizar, ainda tem uma maioria brasileira, mas a gente está tendo uma quantidade bem mais expressiva comparado com os outros jogos da Garoa, de engajamento vindo dos Estados Unidos e Japão. Então esperamos que aconteça.
GDH: Para além dos computadores, vocês pretendem levar RitMania para plataformas como Android e IOS, visto que os minigames se baseiam em um só botão? Vocês acham que combina com o mobile?
Igor Carneiro: O RitMania está confirmado para está no PC e no Xbox. A gente ainda vai tentar negociar e levá-lo para o Switch e PlayStation, e a gente vai estudar a possibilidade de portá-lo para o Android, e talvez o IOS, que é mais complicado.
Mas o mercado mobile é complicado, diferente, e teria de ser uma outra forma de monetização, então é uma conversa mais longa. Também tem a questão da performance.
Em relação ao input, definitivamente funciona pois o jogo vai ser todo baseado em um botão, então neste sentido não teríamos problemas com atrito de design ao levá-lo para o mobile.
GDH: O Brasil é muito grande, e uma de nossas redatoras vem de Goiás, um lugar marcado pela viola e cultura sertaneja. O RitMania visa de alguma forma explorar o Modão e movimentos culturais como Catira, dança típica dessa região?
Igor Carneiro: Eu sou um humilde programador e designer, então não vou saber te responder sobre estes estilos musicais especificamente, mas vocês podem confiar que tanto o musico da casa, o Pierluigi, nosso compositor, quanto os outros músicos envolvidos com RitMania possuem muito interesse e engajamento com todas as formas de cultura brasileira, especialmente das contemporâneas, então eles gostam de ter essa misturas, que é o que queremos trazer para o RitMania, então a gente vai ter essas releituras de coisas clássicas brasileiras e estes movimentos mais modernos.
A gente quer abranger o Brasil todo, tanto nessa pesquisa e nesse estudo, quanto entrando em contato com estes músicos mais especializados em áreas especificas.
GDH: Sabemos que está muito cedo para falar sobre este tipo de plano, mas vocês projetam de alguma forma, após o possível sucesso do jogo, trabalhar em uma expansão ou uma continuação de RitMania?
Igor Carneiro: Esta bem cedo realmente, estamos aqui com uma primeira demo de RitMania, acatando os feedbacks e observando a reação do publico, então ainda estamos nesta fase de discutir sobre plano de negócios e lançamento.
Uma possibilidade foi flutuada, de fazer um lançamento menor e trabalhar com DLCs e expansões, como Guitar Hero fazia. É um formato que agrada muito e encaixa muito bem, de fazer um pacote com mini-games, colaboradores especiais e temático de um estilo musical por exemplo.
Temos várias formas de se pensar e seguir para frente, mas por enquanto está tudo na mesa ainda.
GDH: Este não é o primeiro jogo intrinsecamente musical desenvolvido pela Garoa Studios. Há um interesse por parte do estúdio de explorar mais desse estilo de jogo futuramente?
Igor Carneiro: Na Garoa o que não falta é ideias para jogos. A galera que conhece o nosso repertório reconhece que atiramos para vários lados e gostamos de explorar diferentes gêneros, mas a musicalidade nestes jogos é sempre muito forte
Nosso último lançamento, o Astro Pig, não é um jogo de musica, mas é um jogo cujo toda a base inspiradora foi o lo-fi, então você tem uma trilha muito boa composta por Pierluigi, que não decepciona a gente, e a gente também traz essa energia no gameplay, a gente dá possibilidades para o jogador, nos mini-games, brincar um pouquinho com o Lo-Fi.
Então independente do gênero, havendo o Pierluigi como nosso sócio-fundador, sabemos que ele nunca vai permitir que façamos um jogo que não seja muito inspirado por musicalidade.
GDH: Notamos tanto na demo disponível quanto no trailer de que haverão muitos mini-games criativos. Qual é o seu favorito? Seja um que vocês já fizeram ou que ainda estão para fazer.
Igor Carneiro: Um dos meus favoritos aparece no trailer e ele pode passar por algumas mudanças, então talvez não seja exatamente assim que vocês vão ver, mas o dos cachorrinhos latindo é um dos meus preferidos.
Basicamente tem dois cachorros atrás de uma grade, brigando, e seu objetivo é latir respondendo o outro cachorro, exceto nos momentos onde a grade está aberta, pois nestes momentos os cachorros ficam quietos.
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